Já não é possível fechar os olhos ao frenético movimento de entra e sai de gente que não tem nada a ver com o Registo de Propriedade Automóvel em Luanda. É um entra e sai que sugere claramente negociatas entre os forasteiros e funcionários da instituição. Negociatas, aliás, feitas “à vista desarmada”.
O cidadão comum que se dirija àquela repartição pública para tratar do título de propriedade do seu carro é cercado, à distância, por vários intermediários.
“Chefe, o registo está muito cheio. Se o chefe vieste ver se o teu título já está pronto garante só o almoço. Se não estiver pronto o chefe garante só 25 mil e dentro de uma semana o chefe pode vir buscar”.
E não é que isso é mesmo verdade? Conclusão: o atraso na emissão dos títulos de propriedade automóvel é deliberado. No Registo de Propriedade Automóvel a corrupção soma e segue.
O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos precisa de abandonar o conforto do seu gabinete mais vezes para, sem aparato nenhum, constatar com os próprios olhos a pouca vergonha que se passa por lá.