JES já foi “coado” do MPLA

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Já pareceu ser  um caso de revisionismo histórico. Já nos pareceu também que estávamos diante de um caso de culto à personalidade. Hoje estamos convencidos de que estamos perante um combinação das duas variantes.

À  medida que o tempo vai passando vamos assistindo a manifestações de culto à personalidade do presidente João Lourenço. Paradoxalmente, as pessoas que embarcam nesta direcção nada dizem em relação às grandes linhas estruturantes da mensagem do presidente da República.

Ninguém, nem mesmo os mais instruídos membros do Governo e do MPLA são capazes de elaborar um raciocínio sobre o repatriamento de capitais. Não há uma alma capaz de dizer o que se quer de facto com o 27 de Maio e com outros passivos do nosso país.

 Recentemente, o presidente da República pediu paciência em relação ao rumo que estamos a seguir. Ao contrário todo mundo se apressa a procurar estar perto dele e a levá-lo ao pedestal. Estranhamente, do discurso do presidente despareceram todos os sinais que desencorajavam a bajulação. 

Por isso não nos surpreendeu a combinação de bajulação/revisionismo/culto de personalidade de um só jacto  exibida no recente aniversário da JMPLA. Ninguém em sã consciência pode aceitar que num evento dessa envergadura (ou de outra), se exibam posters de Agostinho Neto e de João Lourenço, apenas. A história sob este ponto de vista é clara. Agostinho Neto não foi o primeiro presidente do MPLA, João Lourenço, não foi o segundo. E para não ficarmos por aqui, convém não esquecer que José Eduardo dos Santos, omisso neste desfile de cartazes, foi quem mais tempo esteve à frente do MPLA. 

José Eduardo dos Santos teve cargos relevantes na JMPLA. Sendo este o caso, porque razão os arrivistas da JMPLA, bajuladores iguais aos bajuladores do outro tempo, resolvem irradiá-lo da história? Isso não ajuda o MPLA nem tão pouco a nacão. Tarde ou cedo, o MPLA vai precisar de mobilizar uns e outros. A exclusão ali exibida não é um bom sinal para os angolanos que desconfiam do MPLA. Resumindo, há sinais gritantes de falta de ciência e de perspicácia. Em contrapartida há muita mediocridade, improviso e trungungo.