A “santa” que não tem nada de santa

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Quase sempre que acede às redes sociais para, invariavelmente, insultar o Presidente da República, Tchizé dos Santos tem procurado dar de si a imagem de uma santa, que se tornou milionária graças ao seu suor.

Nada mais falso.

Como quase todos os seus irmãos,  também Tchizé dos Santos pôs as suas manápulas no dinheiro público.

Recorrentemente, o portal Maka Angola tem implicado o cidadão português Ricardo Leitão Machado em vários golpes baixos contra Angola.

Esse golpista não caiu do céu. Chegou a Angola pela mão de Tchizé dos Santos e do seu ex-marido Hugo Pego. Machado e Hugo foram colegas de escola em Portugal.

Em 2012, morando em Alvalade, onde era vizinho de porta do casal Pêgo, o golpista luso funda a empresa Aenergia e chama para presidir o Conselho de Administração o cidadão João Abrantes, tio de Tchizé.  Machado era na verdade o testa de ferro da  sobrinha.

Aliás,  foi com o apoio  de Tchizé dos Santos que o vigarista tentou impingir ao  Ministério do Ambiente um obscuro sistema de créditos de carbono.

Em 2015,  com menos 3 anos de vida e menos de 5  colaboradores, e com o óbvio apoio da  sua verdadeira dona, a Aenergia obtém do o então Presidente da República autorização para assinar com o Ministério dos Transportes vários contratos para o fornecimento de equipamento e sua modernização e manutenção.

O primeiro dos contratos previa o fornecimento de 100 locomotivas do modelo GE no valor de USD 429.501.115.00; o segundo era referente à modernização de 8 locomotivas GE U20, ao custo de 24.150.00 e último  dizia respeito à modernização de 4 oficinas ferroviárias no valor de 500.000.00. Ou seja,  José Eduardo dos Santos ofereceu à empresa da filha e do vigarista luso, à data com menos de dois anos e meio, a fantástica oportunidade de ganhar 1 bilião de dólares.

Como a Aenergia não tinha qualquer  know how ou capacidade técnica para a compra desses equipamentos e muitos menos para moderniza-los, logo depois da assinatura dos contratos Ricardo Machado e João Abrantes foram a correr aos Estados Unidos para contactar a General Eletric, o único fabricante dos equipamentos e serviços requeridos por Angola.

Nos Estados Unidos a dupla negociou com a GE os equipamentos e serviços por preços abaixo daqueles que impingiram ao Ministério dos Transportes.

As 100 locomotivas do modelo GE C30ACI custaram 346.020.600.00, o que proporcionou uma  margem de cerca de 83.5 milhões de dólares. Regressada a Angola, a dupla de vigaristas nunca contactou o  Ministério dos Transportes para renegociar esse contrato, para ajustá-lo ao preço real.

A modernização de 8 locomotivas  modelo GE U20 foi negociada com a GE ao preço de 14.249.433, quase metade do preço impingido ao Governo. 

Apenas  esses dois contratos proporcionaram à Aenergia um lucro imerecido de 100 milhões de dólares.

Embora o contrato imposto ao Ministério  dos Transportes se tivesse traduzido num verdadeiro desastre para os cofres públicos, a turma da Tchizé e Ricardo Machado ganhou um segundo fôlego em 2017 quando, numa fase já de uma mais que provável descompensação  mental, José Eduardo dos Santos, que nessa altura basicamente já só governava para os filhos, ordenou que o Ministério da Energia e Águas rubricasse com a Aenergia um contrato envolvendo outro 1 bilhão de dólares.

Tal como sucedeu com o Ministério dos Transportes, também o contrato  com o MINEA não foi antecedido de qualquer concurso público.

Nos dois casos e atendendo a caprichos da filha, José Eduardo  dos Santos envolveu o Estado em negociações com uma empresa muito pouco séria.

Prova disso  é que o vigarista anda escondido no Dubai  e a sócia dele leva uma vida principesca em Londres e Lisboa. Ela esconde-se por detrás de um argumento ridículo: justifica a decisão de se esconder na Europa com uma suposta perseguição.

A Tchizé sabe que não é (ainda) perseguida por ninguém. Mas também deve saber que no dia em que puser os pés em Angola seguramente será chamada a dar explicações sobre os obscuros negócios que a Aenergia fez neste país.

O dinheiro que sustenta essa opulência toda não caiu do céu.

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