O actual PCA da estação deverá “dançar” antes do Natal
Nomeado no dia 29 de Outubro passado, o novo ministro da Comunicação Social, Nuno dos Anjos Caldas Albino “Nuno Carnaval”, ainda não tomou qualquer decisão relevante no sector.
Desde que tomou posse, ele tem praticamente dedicado toda a sua agenda oficial a visitas aos órgãos de comunicação social públicos para medir-lhes a “temperatura”.
Contactado há duas semanas pelo Correio Angolense sobre a eventualidade de algumas mexidas no sector, Nuno Carnaval disse ser prematuro pronunciar-se sobre o assunto. ”Chegamos agora e na nossa agenda não consta para já quaisquer mexidas”, disse peremptoriamente.
Não obstante o silêncio do ministro, na comunicação social pública já há gente a “fazer-se” ou a oferecer-se para diferentes cargos. A corrida aos tachos começa no próprio ministério da Comunicação Social, onde o director para a Comunicação Institucional, Eduardo Magalhães, nunca escondeu a ninguém o seu desejo de substituir o actual secretário de Estado, Celso Malavolonque. “Essa cadeira está mal entregue”, costuma ele dizer nos (poucos) círculos privados em que é aceite. Uma eventual promoção de Eduardo Magalhães causaria um terremoto no ministério. É arrogante e tal como canta Lulas da Paixão está convencido que só ele frequentou a escola. Quem, no entanto, tem mais chances de substituir Celso Malavoloneque é o jornalista Sebastião Lino.
Por causa da sua conhecida lealdade ao antigo titular do posto, João Melo, com quem trabalha já lá vão muitos anos, o afastamento de Celso Malavoloneque é praticamente inevitável.
Outro apressado que está na corrida, desta feita na Rádio Nacional de Angola, é Adalberto Lourenço. Actual director do Canal 1 da RNA, Adalberto Lourenço sonha e acorda com a obsessão de presidir o Conselho de Administração da principal emissora pública de rádio. Mas vários factores jogam a desfavor dele. Um deles é a sua incoerência. Nos derradeiros momentos do antigo regime, Adalberto Lourenço conduzia uma rubrica, no “Manhã Informativa”, em que o então Presidente da República era quase colocado no mesmo pedestal em que os religiosos colocam Jesus Cristo. Para tanto convidava os mais desavergonhados bajuladores do país. Com a tomada de posse de João Lourenço, Adalberto Lourenço trocou as balizas: os mesmos bajuladores que sugeriam que Angola não existiria sem José Eduardo dos Santos agora enxergam no actual Presidente da República qualidades extra-humanas.
A incongruência e o oportunismo são, repita-se, as principais barreiras que Adalberto Lourenço terá de ultrapassar. Se for capaz.
Outro nome que vem sendo cogitado é o de Amilcar Xavier, actual director de informação da TV Zimbo.
Segundo se diz em alguns círculos, Amílcar Xavier terá comentado em círculos fechados que só regressa à casa-mãe, RNA, na condição de presidente do Conselho de Administração. Outra hipótese para a liderança da RNA é Bruno Reis, director da rádio comercial MFM. Antigo quadro da casa, Bruno Reis teria no entanto condicionada o regresso se tiver liberdade liberdade total para formar a sua equipa de trabalho, mormente na área dos conteúdos. “ Ele só regressaria à RNA se lhe fosse permitido levar o jornalista João de Almeida, actual director de informação da MFM”, segundo soube o Correio Angolense fonte da casa.
Alçado ao poder na TPA pelo seu amigo e conterrâneo Gonçalves Inhagica, quem também anda por aí a “vender” o peixe segundo o qual já teria sido sondado para presidir o Conselho de Administração da Televisão Pública de Angola é Paulo Julião.
Embora tenha consciência de que internamente é desprezado pelos seus colegas por causa da sua incompetência, Paulo Julião convenceu-se que se não presidir o CA, a TPA soçobrará.
Contra Paulo Julião jogam contra dois factores: a tareia que a TPA leva da Zimbo deve-se aos (estranhos) critérios editoriais; a obsessão dele pelas viagens. Paulo Julião está entre os principais utilizadores dos aviões da TAP que ligam Luanda a Lisboa e vice-versa.
Enfim, com tanta “oferta”, Nuno Carnaval terá certamente dificuldade de escolher.
Amilcar Xavier na “pole position”
A defenestração do presidente do Conselho de Administração da Rádio Nacional de Angola (RNA) já é praticamente um dado adquirido, devendo acontecer ainda antes do Natal, conforme Correio Angolense anuncia numa outra peça correlata a esta.
Para a sua substituição, várias individualidades figuram numa lista restrita, mas ainda não foi tomada qualquer decisão sobre o assunto. Um dos nomes cogitados foi o de Sebastião Lino, quadro sénior da RNA, emprestado ao MPLA, mas essa possibilidade foi imediatamente afastada por ser membro o Comité Central do partido no poder. Contudo o Correio Angolense sabe que o antigo administrador da estação pública de rádio pode ser catapultado para o cargo de Secretário de Estado da Comunicação Social.

Em face disso, o comunicólogo Celso Malavolneke, “braço direito” o antigo ministro João Melo, é uma forte possibilidade para substituir Marcos Lopes na RNA. Mas tem muitos anticorpos, dede já porque não é um sujeito da “casa”.
Quem está mesmo na “pole position” para ocupar o cargo é Amílcar Xavier, um “velho” quadro da RNA, que conhece bem os cantos a casa, e que foi, curiosamente, despedido da emissora pelo actual PCA por alegada dupla efectividade. Com mais de 30 anos de rádio, o jornalista formado em comunicação social em Portugal já foi diretor de informação da Televisão Pública de Angola (TPA), exercendo agora o mesmo cargo na TV Zimbo, um canal privado.
O problema é que a possível saída de Amílcar Xavier da TV Zimbo pode criar um mal-estar com os proprietários da estação, entre os quais o general reformado Leopoldino do Nascimento “Dino”. É que, há pouco mais de dois anos, a TV Zimbo viu o seu anterior diretor de informação, Francisco Mendes, ser resgatado para a mídia pública, a fim de ocupar o cargo de PCA da TPA.