Mesmo depois de elementos da Casa de Segurança da Presidência da República terem levado meios técnicos como camiões, retroescavadeiras e outras máquinas, há edifícios selados, cujo acesso está vedado até ao pessoal da nova construtora que prossegue as obras depois do afastamento do CIF
Tropas e outros elementos da Casa de Segurança da Presidência da República continuam instalados no interior da cerca que protege as instalações do novo aeroporto internacional de Luanda, em construção desde 2005 com financiamento da China.
A informação foi prestada ao Correio Angolense por fonte da empresa construtora AVIC, da China. Segundo a fonte, a “presença” da Casa de Segurança no local deve-se à suposta necessidade de assegurar alguns bens de sua pertença. No consulado de José Eduardo dos Santos como presidente da República, foi àquele órgão auxiliar da Presidência da República a quem estava alocado o controlo da obra, na pessoa do general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”.

A fonte fez saber ao Correio Angolense que há vários edifícios selados aos quais ninguém tem acesso. “A Casa Militar deixou de controlar a execução da obra, mas ainda cá tem gente sua e edifícios que fazem parte da estrutura de apoio, têm acesso vedado a todo o mundo”, disse a nossa fonte que acrescentou: “Não sei o que lá guardam. Sei apenas que muitos meios técnicos que estavam ao serviço da obra foram levados por elementos da Casa Militar. Falo de equipamentos diversos como camiões, buldozers, retroescavadoras e outras máquinas”.
Orçadas inicialmente em USD 300 milhões, que depois passaram para USD 5.000 milhões e agora beiram os USD 10.000 milhões, as obras do novo aeroporto de Luanda tinham a sua conclusão apontada para 2015. Dois anos depois, porém, os trabalhos foram interrompidos em razão de gravísimos problemas estruturais e outros detectados no empreendimento, cuja construção estava primeiramente a cargo da China International Found (CIF).
Em Outubro de 2017 o antigo ministro dos Transportes, Augusto Tomás, agora na cadeia por crime de corrupção, prometeu que a infra-estrutura em causa iniciaria as operações no presente ano. Isto, depois de antes ter apontado os anos de 2015, 2016 e 2017 como sendo o do fim da obra.