As “contas” da ministra Sílvia

226

Na eventualidade de haver uma epidemia descontrolada do novo coronavírus (Covid-19) em Angola, apenas 5% precisará de cuidados médicos intensivos, ao passo que 15% terá sintomas leves, podendo até tratar-se em casa. A informação foi dada no início da noite deste sábado, 28, pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, quando fazia a actualização diária de dados sobre a doença.
A governante disse à comunicação social que as autoridades sanitárias nacionais chegaram a esta conclusão com base em cálculos feitos por especialistas e na comparação de outras realidades. “Os números gerais noutras latitudes indicam que que em caso de epidemia descontrolada, 80% não terá manifestações clínicas, 15% terá sintomas leves e só 5% terá manifestações mais graves, que podem necessitar de cuidados intensivos”, explicou a ministra.
Sílvia Lutucuta fez essas “contas”, quando indagada sobre qual as necessidades do país em termos de ventiladores para pacientes que venham a necessitar de assistência respiratória. “As nossas estimativas são que necessitamos de 600 aparelhos e neste momento temos em todo o país pouco mais de 120. Vamos adquirir mais 380 ventiladores e neste momento já adquirimos tudo o que são ventiladores e equipamentos de biossegurança no mercado interno e estamos também a adquirir no estrangeiro, designadamente na África do Sul e na China”. 
Contudo ministra não disse claramente se essas percentagens têm que ver com o número de habitantes do país ou apenas com o número provável de pessoas que podem ser infectadas em caso de uma epidemia descontrolada. Também não avançou números sobre possíveis vítimas do novo coronavírus, em caso a doença virar efectivamente pandemia em Angola.
Os números actualizados do Covid-19 indicam que há cinco casos positivos em Angola, o último dos quais detectado sexta-feira última, 27. Trata-se de um indivíduo do sexo masculino, de 54 anos que esteve recentemente no Brasil. A ministra disse também que as amostras do paciente falecido esta semana na clínica Girassol estão em análise para determinar a causa da morte.
Segundo a governanta, há 886 pessoas em quarentena institucional em todo o país, sendo 535 em Luanda. Revelou que a intenção das autoridades sanitárias do país é testar o maior número possível de testes, direccionado a passageiros chegados recentemente de países onde já há contágio comunitário do coronavírus.