A propósito do fim do Girabola

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É verdade que a decisão anunciada quinta-feira de encerramento imediato do Girabola 2019/2020 é apenas dos clubes e comunicada à Direcção da FAF. Agora, falta que a FAF reúna os seus órgãos e tome a decisão definitiva sobre o assunto.
E é bom de lembrar que a FAF antes de tal decisão deve comunicar/ouvir as entidades do Estado com responsabilidade na matéria, comunicar/ouvir a CAF, bem como comunicar/ouvir o patrocinador oficial da competição, a Zap. Embora tudo indique que a decisão da FAF não fugirá do que foi anunciado pelos clubes.
Mas, os fundamentos dos clubes não são muito consistentes. Nomeadamente, como é que eles decidem desistir de um campeonato com muito mais de metade da prova disputada, faltando somente 1/3 para o seu desfecho?
Há, seguramente, muito melhores soluções que a ora tomada pelos clubes. Exemplos:
1. Mesmo antes do levantamento do Estado de Emergência, em 20 dias podem ser jogados o que resta do campeonato, sem público;
2. Se a situação da COVID exigir mais rigor no confinamento então deve-se esperar que tudo passe e juntar o fim da presente época com o início da época seguinte.
Enfim, seria mais sensato e justo com tudo quanto foi empenhado pela organização, clubes e jogadores; disputado em relvados (e quase relvados) que servem de palco ao Gira; e conquistado ou prestes a conquistar por jogadores individualmente e clubes colectivamente na competição que se quer, de forma pura e simples, pulverizar! Alguma coisa estranha haverá por aí. Não me parece que seja somente a COVID-19 e os contratos dos atletas…

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É licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto desde 2006. Exerce docência na Faculdade de Direito da Universidade Metodista de Angola, desde o ano de 2007. Tem formação média docente pelo Instituto Médio Normal de Educação do Sumbe, com primeiras actividades docentes realizadas na escola do ensino Geral Njinga Mbandi, em Luanda, de 2004 a 2007. É funcionário sénior da Provedoria de Justiça, desde o ano de 2007.