Ainda o “hino” de milhões

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Penso que é preciso não nos desviarmos do alvo, em termos de críticas e reparos a essa “karga milionária” que impende sobre nós todos, a julgar pelo impacto orçamental que representa. 

É que, ao nos centrarmos única e simplesmente no Big (Nelo) e na sua empresa, estamos a premiar e tecer elogios à Comissão Interministerial, que caucionou tudo aquilo, e ao próprio Executivo, por mais essa opção errada/problemática em matéria de priorização de gastos públicos. 

No caso do hino milionário, colocar unicamente o músico Big Nelo no centro das atenções é o mesmo que olhar para a árvore e ignorar a floresta

Se o país está a contas com uma crise económico-financeira, ao que se diz “sem precedentes”, agravada com a pandemia que nos quer e está a matar, numa proporção (segundo os especialistas) superior aos países “com mais casos”, não havia possibilidade de realizar o desejado “cântico” com muito menor custo para o erário?! Ou mesmo desistir dessa comemoração cantada e, assim, permitiria não só poupar o pouco de recursos financeiros que se (não) tem, como deixar para melhor altura, quiçá para os 50 anos de “dipanda”? Acho que em 2025 haverá maior simbolismo e motivação para dar largas à imaginação poética para o canto e proporcionar festividades “à grande e à angolana” pelo país, de fio a pavio. 

Afinal, será o jubileu de Angola enquanto Estado independente, livre e soberano! 

Mas, sempre se as circunstâncias, as disponibilidades e as prioridades financeiras nacionais recomendarem

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É licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto desde 2006. Exerce docência na Faculdade de Direito da Universidade Metodista de Angola, desde o ano de 2007. Tem formação média docente pelo Instituto Médio Normal de Educação do Sumbe, com primeiras actividades docentes realizadas na escola do ensino Geral Njinga Mbandi, em Luanda, de 2004 a 2007. É funcionário sénior da Provedoria de Justiça, desde o ano de 2007.