“Bófia” até prova em contrário

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O conselheiro Carlos Alberto abandonou intempestivamente a reunião do Conselho Directivo da Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (ERCA) desta quarta-feira, 18.

Carlos Alberto abandonou a reunião quando o presidente da ERCA, Adelino de Almeida, lhe pediu provas da sua desvinculação dos Serviços de Informação (SINFO). 

Recentemente, surgiram nas redes sociais provas documentais do vínculo de Carlos Alberto com o SINFO. As provas incluíram o passe permanente com o número 002196. No SINFO, o conselheiro da ERCA está vinculado a um órgão que, no documento de identificação de Carlos Alberto, é nomeado apenas pela sigla DLCSEF.

No início deste mês, Carlos Alberto assumiu que foi oficial de inteligência Sob o título “Ser Oficial de Inteligência não é crime”, o conselheiro da ERCA, indicado pela UNITA, assumiu, num longo texto, a sua ligação aos Serviços de Inteligência angolanos. “O senhor Carlos Raimundo Alberto foi Oficial de Inteligência tendo, após ter terminado a sua formação com distinção, sido enquadrado no Serviço de Informações (SINFO) e, posteriormente, no Serviço de Inteligência e Segurança de Estado, por mudança de designação deste Órgão de Defesa e de Segurança do Estado”, orgulhou-se. 

No texto, Carlos Alberto não disse em que altura se desvinculou dos Serviços de Informação, mas explicou as razões que o teriam movido a tal. Diz que deixou o SINSE para “seguir uma carreira jornalística na Comunicação Social, por motivos pessoais, por um lado, e por ter sido descoberto (pelo talento) pelo então administrador da Rádio Nacional de Angola, Sebastião Lino”

A lei 02/17, de 23 de Janeiro, determina como incompatível o exercício de membro do Conselho Directivo da ERCA com (entre outros ) a permanência, no activo, de elementos ligados às forças de defesa e segurança. 

Na reunião desta quarta-feira, 18, o presidente da ERCA pediu que Carlos Alberto fizesse prova da sua desvinculação do SINSE. Sem que nada o fizesse prever, o visado abandonou abruptamente a sala, após o que o Conselho Directivo considerou que o comportamento do seu conselheiro colide com as regras e conduta ética dos membros da entidade. Em consequência suspender a participação dele das reuniões do órgão até ele provar a sua desvinculação dos Serviços de Inteligência. 

Como é seu hábito, Carlos Alberto correu para a sua página no Facebook para se vitimizar.

“Nunca pensei que por ter servido a minha pátria, com VERTICALIDADE, pudesse significar expulsão/suspensão em todos os empregos por onde passo”.

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