Em Fevereiro próximo passa a vigorar um novo Código Penal. Pela primeira vez entra em vigor uma legislação penal feita por angolanos. A anterior, de 1886, era portuguesa. O novo diploma nasce numa conjuntura e clima de tensão política: um ambiente de sucessivas manifestações de jovens reivindicando direitos políticos e sociais. O poder executivo e o seu titular reagiram usando a força. Nalguns casos, de acordo com os manifestantes, a polícia usou a sua máxima força bruta. O clima de crispação subiu de tom quando se soube da morte de Inocêncio Matos. Quem é Inocêncio Matos? Um jovem estudante de engenharia informática da Universidade Agostinho Neto, em Luanda. Há muitas versões e teorias da conspiração à volta da sua morte. Incluindo nessas cojecturacoes a estranha vida do morto na morgue do Hospital Boavida. A polícia não soube dar uma justificação plausível do caso. O médico que fez a autópsia veio dizer que a morte deveu – se a um instrumento contundente. Qual? Não especificou. A ajuntar-se à toda esta confusão, o presidente do MPLA, na sua douta sapiência, atirou gasolina à fogueira. Fez uma grande descoberta: a UNITA é afinal a força motriz por detrás das manifestações. Seu objectivo: derrubar o regime. O clima de crispação entre os manifestantes e o poder agudizou -se tendo como palco as redes sociais. Alguém decidiu provocar uma disputa de imagens:” Eu respeito o Presidente “. O que quer dizer, o Presidente primeiro e a constituição depois. É por isso que África não progride.