Covid-19: PR vacinou-se no Dubai?

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Cadeias internacionais de televisão noticiam que o Presidente da República apanhou ontem, no Dubai, a primeira dose de vacina contra a Covid-19.

Essas fontes não referem o nome da vacina putativamente aplicada ao líder angolano.

Em Luanda, nenhuma fonte oficial confirmou ou desmentiu a informação.

João Lourenço deixou Luanda no final da semana passada para um período de férias nos Emirados Árabes Unidos. 

As autoridades angolanas iniciaram a semana passada a campanha de vacinação contra a Covid-19.

De 67 anos de idade, completados no passado dia 05, João Lourenço está na faixa etária da população  que o Ministério da Saúde

priorizou para tomar a vacina anti-Covid. 

Não é público que o Presidente da República tenha ido a algum posto de vacinação apanhar a sua dose ou que uma equipa do Ministério da Saúde se tivesse deslocado aos aposentos oficiais do Chefe de Estado para lhe inocular a vacina.

À população angolana está a ser aplicada a vacina da AstraZeneca , também conhecida como “vacina de Oxford”, desenvolvida por uma equipe da Universidade de Oxford e da empresa farmacêutica britânico-sueca AstraZeneca. A equipe de pesquisa inclui cientistas do Instituto Jenner e do Oxford Vaccine Group.

Pelo mundo inteiro sobe o número de países que suspenderam o uso dessa vacina por causa de putativos efeitos colaterais nocivos.

Entre os países que suspenderam o uso da vacina da AstraZeneca destacam-se Itália, Espanha, Portugal,  França, Alemanha,  Holanda, Dinamarca, Noruega, Bulgária e Irlanda na Europa, República Democrática do Congo, em África, Austrália, na Oceânia.

Esta  segunda-feira, a  ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta,  garantiu que a AztraZeneca é uma vacina segura. “Não há nenhuma contraindicação para as mulheres que amamentam; apenas há algumas restrições para as mulheres gestantes”, disse em resposta à uma pergunta sobre se mulheres grávidas correm algum risco com a vacina.

O silêncio oficial sobre se o Presidente da República  foi ou não vacinado no Dubai é embaraçoso para a imagem do país.

É importante que o gabinete do Presidente da República ou o Ministério da Saúde se pronunciem a respeito.

A eventual vacinação do Presidente da República num país estrangeiro não se prestaria a qualquer outra interpretação que não fosse a de um cartão vermelho à vacina da AstraZeneca, que está a ser inoculada à generalidade da população angolana. Seria, também, um expresso voto de desconfiança na ministra da Saúde.

Até agora não há notícia de um Chefe de Estado vacinar-se contra a Covid-19 num país estrangeiro.