RUI GALHARDO. Causa e dinheiro perdidos!

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O esclarecimento hoje, 19, terça-feira, prestado pela Procuradoria Geral da República segundo o qual a queixa-crime de Rui Manuel Galhardo contra Adalberto Costa Júnior  foi arquivada  é dolorosa derrota pessoal do queixoso e dos seus mandantes.

O arquivamento da queixa terá também grandes repercussões nos bolsos de Rui Manuel Galhardo, de onde saíram 5 milhões de dólares para os honorários advocatícios exigidos pelo escritório de David Mendes e filhas.

Na terça-feira e a pedido do Novo Jornal, o porta-voz da Procuradoria Geral da República, Álvaro João, disse que “por motivo de os factos apresentados pelo queixoso não reunirem os elementos bastantes que preenchem o tipo legal de crime de homicídio na sua forma tentada, o referido expediente foi arquivado”.

No dia anterior, 18, a mesma PGR negou a abertura de qualquer inquérito contra Adalberto Costa Júnior, desmentindo, deste modo, uma notícia de véspera do diário luso Público segundo a qual a Procuradoria Geral da República iria anunciar nos primeiros dias desta semana o inicio da investigação de uma queixa-crime apresentada por Rui Manuel Galhardo contra o deputado da UNITA.

No dia 13 de Março deste ano, as televisões públicas do país cobriram em directo a deslocação do luso-angolano à direcção-geral do Serviço de Investigação Criminal (SIC) onde foi queixar-se de uma pretensa tentativa de assassinato que teria sido ordenada por Adalberto Costa Júnior.

A advogada Manuela Mendes, filha de David Mendes, classificou a diligência de Rui Galhardo como “legítima”.

Nas várias declarações à comunicação social, antes e depois da participação do “crime”, Rui Manuel Galhardo nunca sustentou as “tentativas de assassinato” que atribuiu a Adalberto Costa Júnior com provas ou evidências robustas.

Não obstante a fragilidade dos argumentos de Rui Galhardo, o escritório de David Mendes viu neles “legitimidade” bastante  para justificar os milhões que exigiu em troca pelos seus serviços. 

Agora que a queixa-crime de Rui Galhardo “morreu na praia”, uma vez que nem sequer foi investigada pela PGR, não se sabe se David Mendes devolverá ao cliente parte dos elevados honorários que lhe exigiu.

Em Angola, não são conhecidos grandes casos judiciais que David Mendes e seu escritório tenham ganho.

No caso mais rumoroso em que se envolveu, o do Monte Sumi, o principal rosto, Julino Kalupeteka, foi condenado a uma pena de 26 anos de prisão efectiva.

Semanalmente, no programa “Revista da Zimbo”, de que é convidado residente, David Mendes dirige conselhos ao Tribunal Constitucional sobre como se deve guiar, sobretudo em matérias envolvendo a UNITA ou seus dirigentes. Teve participação activa, embora indirecta, no Acórdão que anulou o XIII congresso da UNITA.

Porém, não obstante essa sua “proximidade” ao Tribunal Constitucional, David Mendes tem um cliente que cumpre nas masmorras angolanas pena não contemplada no nosso  ordenamento jurídico.

Não há memória que alguma vez tivesse usado o generoso espaço que a Zimbo lhe concede para exigir ao mesmo Tribunal Constitucional alguma celeridade no julgamento do recurso que disse ter interposto.