Nova administração do BE
aguarda luz verde do BNA

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Eleitos no dia 22 de Agosto,  os novos corpos directivos do Banco Económico só tomarão posse após aprovação do Banco Nacional de Angola. 

A Lei das Instituições Financeiras condiciona a nomeação e posse dos corpos directivos de todos os bancos à prévia aceitação do Banco Nacional de Angola.

Em assembleia geral realizada no dia 22 de Agosto, os accionistas do Banco Económico elegeram Carlos Duarte para a presidência da Comissão Executiva e Pedro Pombo Cruchinho para a liderança do Conselho de Administração. 

Se aceite pelo BNA, a Comissão Executiva do Banco Económico (BE) será completada por Jorge Ramos, Katila Santos, Elisa Baptista e Amílcar Barros, administradores executivos. João Batista, Maravilhoso Bucharts e Sabrina Carvalho foram eleitos administradores não executivos.

O “agreement” do Banco Nacional de Angola aos corpos directivos dos bancos é precedido por um complexo e exigente processo que, incluiu, entre outros, minuciosa análise de elementos como idoneidade individual. Entidades como a Procuradoria Geral da República e a Administração Geral Tributária concorrem para a formação da decisão do BNA.

Por causa da sua complexidade, noutros países os administradores de bancos só são eleitos depois da sua prévia aceitação pelo banco central.

Em geral, os donos dos bancos submetem os nomes dos propostos ao banco central e só depois de terem luz verde é que procedem à eleição dos administradores. 

Não há nenhuma previsão do pronunciamento do Banco Nacional de Angola sobre os nomes que o Banco Económico lhe apresentou.

Carlos Duarte e Pedro Cruchinho, propostos para a liderança do Banco Económico

Se aceite, Carlos Duarte substituirá João Quintas na presidência da Comissão Executiva ao passo que Pedro Luís da Fonseca cederá o seu lugar a Pedro Cruchinho, que já foi administrador financeiro e presidente da Comissão Executiva do banco.

Carlos Duarte presidiu até há pouco tempo o Conselho de Administração da ENSA. 

Em assembleia geral realizada no dia 5 de Agosto, o Banco Económico aprovou o fecho de contas dos exercícios de 2019,2020 e 2021, aprovou um aumento de capital para conformá-lo às exigências do Banco Nacional de Angola.

O aumento de capital aprovado foi subscrito pelo Económico – Fundo de Capital de Risco de Subscrição Particular, entidade onde os principais depositantes se agruparam para salvar o banco. O fundo é gerido pela Independent Financial Advisors (IFA).

António Van-Dúnem, antigo secretário do Conselho de Ministros no governo de José Eduardo dos Santos, e Álvaro Sobrinho, responsável pela falência do Banco Espírito Santo Angola (BESA), estão entre os principais depositantes do Banco Económico.

Álvaro Sobrinho responde a processo judicial em Portugal. O banqueiro é acusado de haver burlado o BESA em perto de 500 milhões de euros. Ele “comprou” a liberdade provisória por 6 milhões de dólares. Mas, a milionária caução só lhe dá liberdade de movimentos no chamado  Espaço Schengen (Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Itália, Letónia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Polónia, Portugal, República Checa, República Eslovaca, Suécia e Suíça). Não pode, sequer, regressar a Angola, onde nasceu e conduziu o antigo BESA até à sua falência “total e completa”.  

A par de António Van-Dúnem, Álvaro Sobrinho é das maiores autoridades do Banco Económico, sucedâneo do BESA.

Não podendo tirar o pé do Espaço Schengen, Álvaro Sobrinho participa das assembleias do BE por via de vídeo conferência.