UNITA não reconhece
resultados definitivos das eleições gerais

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A UNITA não reconhece os resultados definitivos das eleições gerais publicados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) segunda-feira última, 29, nesta cidade. A posição foi manifestada na última noite pelo líder da UNITA e candidato à presidência da República pelo partido, Adalberto da Costa Júnior (ACJ). 

“A UNITA e os seus parceiros da Frente Patriótica Unida não reconhecem os resultados definitivos publicados esta semana pela CNE, porque estes não reflectem a verdade eleitoral”, declarou, depois de ter afirmado que hoje “temos muitos mais dados do que tínhamos há uma semana e que no dia 24 de Agosto o povo votou na mudança”.

“Hoje falo com a expectativa de que a CNE, bem como o Tribunal Constitucional desempenhem verdadeiramente as suas funções no estrito respeito à constituição e às leis; que a CNE não se furte em confrontar as actas em sua posse com as cópias das actas em posse dos partidos políticos. Reafirmo: o MPLA não ganhou as eleições do passado dia 24 de Agosto”, assegurou, sem, entretanto, avançar quais os números da contagem paralela da UNITA, que, entretanto, ainda não terminou, como disse ACJ.

“Na nossa comunicação do passado dia 26 de Agosto partilhamos com todos que não reconhecíamos os resultados provisórios das eleições do dia 24 de Agosto. De lá para cá, percebemos a expectativa de todos os angolanos. Chegam a nós imensas perguntas sobre o que temos feito e para quando o nosso pronunciamento sobre os resultados definitivos do processo eleitoral. Duas razões explicam o porquê dessa declaração não ter sido proferida até hoje. Uma relacionada com o contencioso eleitoral, cujos prazos em execução neste momento e previstos na lei procuramos respeitar. A outra diz respeito à contagem paralela, um processo sensível e complexo que se encontra agora na sua fase final”, detalhou.

Adalberto da Costa Júnior recordou que o país está há 20 anos em paz e precisa de “abraçar um verdadeiro estado democrático e de direito, com uma imprensa livre e plural, distinta da prática da censura, da propaganda e da falta do contraditório, que todos os dias continuam a agredir todos os angolanos. Um estado, onde não se exibam as forças de defesa e segurança, forças republicanas para amedrontar o seu povo”.

A finalizar, garantiu que tudo fará “para que todos os votos sejam efectivamente contabilizados e respeitados. A UNITA e o seu presidente não abandonarão aqueles que confiaram o seu voto na alternância. Estamos juntos, povo angolano, unidos pela mesma causa comum: o respeito escrupuloso pela verdade eleitoral”.